Caros,
Segue mais um pocuo do meu livro, que é a sequencia do que está disponível no site:
Ele
me ofereceu água de um cantil que estava preso à sua cintura por um tipo de
cinto.
Eu agradeci e aceitei com satisfação, pois minha sede era terrível. Enquanto eu bebia, ele me observava intensamente, porém de uma forma suave que não incomodava. Após saciar minha sede, perguntei a ele:
-
Que lugar é esse?
Ele
não respondeu a minha pergunta. Olhou ao redor, levantou a cabeça parecendo
cheirar o ar e disse que deveríamos conversar em um lugar mais confortável, e
que eu devia estar cansado e com fome e que sua esposa já deveria estar com o
jantar pronto em sua casa que era ali perto.
Não
tendo outra opção e realmente estando muito cansado e faminto, decidi aceitar o
convite do ancião. Falei então:
-
Já que estamos nos conhecendo, permita-me me apresentar: Meu nome é José.... e
estiquei a mão direita para cumprimenta-lo. Esperei que ele também estendesse
sua mão para apertar a minha, porém ele não o fez e apenas maneou levemente a
cabeça.
Caramba!
Eu fiquei como um pateta com a mão direita estendida e me veio uma vontade
imensa de aproveitar a mão aberta e senta-la nas “ventas” daquele mal educado,
porem me contive e baixei as mãos. Ele pareceu notar o meu desconforto e estava
se divertindo com a situação, embora não fizesse nenhum comentário ou rido,
apenas notei que sua expressão ficou mais alegre.
Ele
respondeu então:
-
Que notável coincidência! O meu nome também é José.
Aqui
vale uma explicação: Quando falamos José, o som do “S” é como o som do “Z”, ou
seja, dizemos JOZÉ. Ele falava de outra forma. Pronunciava o “S” bem acentuado
de uma forma sibilante, algo como Josssé! Eu fiquei intrigado com aquela
maneira de falar, porém não perguntei nada e nem fiz nenhum comentário. Daqui
em diante vou me referir a ele como “Josssé” para que o som daquela pronúncia
fique bem marcado.
Ele
começou a andar e eu o seguia. Andava com muita agilidade e rapidamente.
E
sobe morro, e desce morro e eu atrás dele, me sentindo envergonhado, pois
tropeçava a todo o momento. O terreno era irregular e já estava ficando bem
escuro. Eu estava miseravelmente ofegante e suava, apesar do tempo frio. Ele às
vezes parava e pacientemente aguardava que eu o alcançasse. Apesar do escuro,
tenho quase certeza que vi um leve sorriso em sua face.
Percebi
então as cores maravilhosas daquele anoitecer. Conforme a Lua ia surgindo,
tingia de prateado e azul o terreno a nossa frente. As árvores tinham um tom
castanho muito bonito. O vento frio batia em minha face de maneira muito suave e
agradável. Sem perceber eu parei de andar e fiquei admirando aquela paisagem
irreal. Não sei quanto tempo passei assim até perceber que Josssé estava ao meu
lado e disse:
- É muito bonito, não é mesmo? A maravilha da
Criação ainda não nos é dado conhecer, porém podemos admirá-la sempre que
quisermos. Nessas horas podemos ter certeza da sapiência da natureza, da
grandiosidade do mundo e de seus habitantes. E é muito interessante saber que
neste exato memento algumas vidas estão iniciando, com o nascimento de animais
e insetos no meio deste campo todo.
- Assim é, respondi admirado por suas palavras
e fiquei pasmo ao verificar que ele estava ali ao meu lado, pois da última vez
que o vi estava há muitos metros na minha frente.
Ficamos
assim por um tempo então ele disse que deveríamos continuar nossa jornada, E
assim, votamos a caminhar.
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