A história de Aishá
Parte I
O Mistério de Luz e Imagem
O drama e a glória de vosso Ser.
O Cósmico dotou nossa mente de
uma fértil imaginação, que é tanto maior quanto maior for a nossa inteligência.
Com a imaginação, podemos viajar no tempo e no espaço sem as estreitas
limitações do mundo material, no qual vivemos num fastidioso cotidiano. Para
este, trazemos os enfeites pictóricos das mais variadas cromias encontradas nas
imagens, também formadas pela imaginação daqueles que, num passado longínquo,
desejosos de enriquecer as mensagens que deveriam atravessar os milênios e
chegarem até nossos dias - a salvo das garras felinas da ignorância - legaram
para nós, cunhadas na pedra, criptografadas em papiros ou sonorizadas pela
palavra, as lendas que hoje constituem um acervo de sabedoria, que é o Símbolo.
O iniciado, valendo-se desse dom
que a imaginação lhe proporcionou, pode escutar, com o devido cuidado, o
distante sussurro de nossos antigos sábios, transmitindo as verdades eternas.
Esta imaginação não é pura
fantasia, mas a arte de criar imagens e trazê-las à realidade. Tudo o que
podeis ver, tanto no mundo de hoje como no passado, foi antes imaginado na
mente daquele que o projetou.
A história de Aishá, sois vós na
eternidade... Nela estão narrados todo o drama e toda a glória de vosso Ser...
encenados no pensamento do Universo...
Parte II
No princípio, criou DEUS o Céu e
a Terra. A Terra, porém, estava vazia e nua; e as trevas cobriam a face do
abismo; e o espírito de DEUS era levado por cima das águas...
Disse DEUS: faça-se a Luz, e
fez-se a Luz ...a Luz que deveria refletir a criação, a Alma do universo -
Aishá.
A alma do Homem. Escutai o
cântico do mistério, a vossa história, vivida no pensamento de DEUS.
Vou contar-vos uma histona.
Dentro das imagens que possam
encontrar dimensões em vossa compreensão.
Esta história é simples, mas
encerra, em seu contexto, um profundo significado que, espero, consiga unir-nos
neste encontro de amor.
-Era uma vez uma alma que
habitava o Divino Éter: pura como uma Columba - sem a consciência de si mesma.
Sua morada chamava-se
Shamaim" e seu nome era Aishá.
Faltava-lhe um atributo: a
compreensão.
Parte III
Um dia, pôde contemplar toda a
beleza da criação arquitetada por DEUS e, por ela fascinando-se, no desejo
imenso de conhecê-la, projetou-se nos abismos em trevas dos espaços imensos. E,
caindo de esfera em esfera, foi esquecendo a sua origem, mergulhando
profundamente na mais densa morada da matéria informe. Lá, nas profundezas
desse abismo, começa ela a caminhar, a chamar pelo nome de todas as formas
primitivas de energias caóticas. Parecia que tudo era um começo.
Sozinha, esquecida das origens,
inconsciente de sua escolha, começa um caminho de sofrimento e de dor!
Desorientada, sentiu a
necessidade de coordenar essas energias dentro de um princípio que lhe pareceu
melhor. E, aí, começou a entoar o seu primeiro cântico! O cântico das
pequeninas esferas: era o mundo atômico, material, com que começava Aishá a
construir o primeiro degrau da escada experimental das formas.
Ela havia decidido, mas não
sabia.
Parte IV
Ela era a própria luz que devia
refletir cada página, cada ciclo evolutivo das formas da criação. E assim teve
origem a sua jornada, origem os primeiros acordes da sinfonia das esferas. Eram
as notas graves de um teclado universal que Aishá deveria perceber, nota por
nota, para que, com esse conhecimento, pudesse cumprir sua missão. Sim, a sua
missão como a divina compositora desse grande concerto que encerra, em cada
partitura, as notas vibratórias que, desdobradas pela experiência,
manifestariam o pensamento primordial Daquele de quem estava esquecida, mas que
continuava vivo no seu impulso interior!
Depois de imensa jornada em
imensurável tempo, ela acorda para uma nova etapa. Conseguira colocar cada
partitura em seu devido lugar. E, no aprimoramento de cada nota, Aishá
conseguira manifestar o primeiro mistério - A VIDA!
Pela primeira vez, sentiu que
era uma alma vivente. E, assim, dentro de sua natureza, usando das águas do Céu
e das águas da Terra, surgiram as primeiras flores em seu caminho.
Parte V
O espaço entre os pequeninos vegetais, sua então morada, ela o preenchia dos mais variados perfumes, como uma prece, uma oferenda ÀQUELE que lhe determinara a criação!
Esta foi, senhoras e senhores, a
vossa primeira prece!
Cada espécie criada por Aishá se
tornava o "habitat da vida.
De missão cumprida, continua seu
caminho e, de repente, mais uma página foi virada. Com sua experiência,
percebeu Aishá que novas moradas estavam no grande projeto e, com os elementos
tirados da experiência, ela gerou uma nova dimensão: surgira a primeira célula
vivente. E das águas da Terra com as águas do Céu nascera o primeiro
"coacervado - o unicelular que, com o sacrifício de si mesmo, num verdadeiro
"dar-se", dividia-se em dois; e, assim, nessa progressão geométrica,
começava Aishá a povoar as esferas suspensas no infinito universo.
Aishá podia mover-se e, por onde
caminhava, levava a sua espécie.
Em sua nova morada, sentiu que,
unindo cada célula, poderia construir novas dimensões de si mesma, num trabalho
extenuante e penoso.
Nascera, então, o primeiro
invertebrado!
Parte VI
Era a vida que aumentava a sua movimentação e, com cuidados especiais, começa Aishá a formar os pequenos filetes que, conduzindo sensações para um centro, dava ao pequenino ser a possibilidade de sentir o exterior de si mesmo na pequena consciência de seu interior.
O trabalho de Aishá
acelerava-se, e foi criando e habitando, assim, novas dimensões da vida, com
que ela povoou as esferas celestes.
Surgiram agora os primeiros
vertebrados!
Pelas enormes dimensões de suas
estruturas, necessitavam de um órgão que mantivesse a sua forma com maior
movimentação e de novas janelas de seu interior para o exterior. E Aishá deu
nome a todas essas formas, vivendo-as, uma a uma, diante do universo!
Aishá contemplava a sua obra!
Em cada período de repouso, ela
procurava sentir a vontade Daquele que determinara a criação.
Sofrida, cansada, continuava o
seu trabalho; com as águas da Terra e com as águas do Céu ela havia povoado os
mares e as florestas; porém, sentia que faltava alguma coisa. Precisava criar
uma nova morada que fosse mais perfeita do que tudo que havia habitado. Então,
criou ela a primeira semente que geraria a forma pré-humana. E, de dentro de
sua nova dimensão, de sua nova manifestação, levantando os braços, Aishá
começava a rever, através dos símbolos de seu interior, a primeira luz que, em
forma de disco, parecia ser uma de suas expressões.
A luz maior, expressada na luz
menor, era contemplada.
Parte VII
Aishá chorou pela primeira vez. Ela não podia entender, mas podia sentir. Era o parto dolorido da espécie humana; era a primeira lágrima que rolava sobre um rosto. Era a sua e a vossa segunda prece. Aishá sentiu, pela primeira vez, o amor; mas sentiu também quão difícil seria a sua jornada para encontrar aquela luz que se escondia por detrás daquele disco.
Seu interior fremia de
contentamento; suas lágrimas de dor e de alegria fundiam-se numa só emoção
porque, em cada dor, surgia a alegria de uma nova vivência, de uma nova
experiência.
Em cada período de repouso, ela
contemplava a sua obra e partia para novas dimensões. Era mais uma etapa
vencida na direção do grande destino que a aguardava. E, assim, Aishá, nesta
nova morada, nesta nova forma de expressão, acelerava o caminhar. Era a forma
humana que se aprimorava. Porém, dada a complexidade dessa expressão, surgiu
aquilo a que chamamos o "bem e o "mal .
Era a ciência dos opostos que
ela conscientizava.
Parte VIII
Foi aí que Aishá percebeu que o
mal existia para que o bem se evidenciasse. Era uma lei que surgia, oriunda dos
conjuntos, para, através desta mais alta forma de vida, usando da liberdade que
lhe foi conferida para lhe facilitar a obra, dar a ela o direito de escolha.
E, assim, chegou Aishá aos
nossos tempos - às vossas dimensões.
Não mais preciso continuar esta
história porque, de agora em diante, em vez de narrada, será vivida por vós
mesmos - Aishá dessa história.
Entretanto, posso dizer-vos que
estes tempos já estão concluídos. Todos já fizeram a sua escolha. Neste
momento, estamos vivendo um êxodus desta para uma nova dimensão. Estamos num
êxodus desta para uma nova terra: para a terra de Canaã dos hebreus;para a
Salem de Melquizedek; para o outro lado do sol - para o REINO DO SENHOR!
Por isso, eu vos peço, neste
momento, numa apoteose a esta dimensão, no clímax deste êxodus, cantai comigo
este poema de amor:
UM DIA PISAREI A TERRA DO
SENHOR!
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