Raymond Bernard
Caros amigos,
Uma das pessoas que eu maios respeito e admiro no universo esotérico é o Frater e Irmão Raymond Bernard, que foi Grande Mestre da Ordem Rosacruz — A.M.O.R.C. da França e Países de Língua Francesa. Legado Supremo do Imperator na Europa.
Nascido em 19 de maio de 1923, em Bourg
d'Oisans, Isère, na França, Raymond Bernard formou-se em direito,
na Universidade de Grenoble, e dedicou-se aos negócios de sua família. Nos anos
seguintes realiza contatos com importantes ramos da tradição cavaleiresca e
templária. Em 1956, é levado a deixar os negócios da família para dedicar-se à
reorganização da Antiga e Mística Ordem Rosacruz-AMORC, da qual era membro desde
muito jovem. Ocupou funções de Grande Mestre, Legado Supremo e membro do
Conselho Supremo da Ordem. Restabelece os trabalhos da Ordem Martinista
Tradicional (no Brasil Tradicional Ordem Martinista ), onde assume as
mesmas funções para as quais fora investido na Ordem Rosacruz. Participa também
dos trabalhos maçônicos da Grande Loja de França.
Escritor profícuo e inspirado, Raymond
Bernard é o autor de vários livros , hoje clássicos , dedicados às tradições
sapienciais e ao esoterismo tradicional.
No dia
10 de janeiro de 2006 ele deixava o seu corpo físico , partindo Em Luz
, encerrando assim a parte encarnada de toda uma obra dedicada às circunstâncias
da iniciação .
Conforme mencionado acima, foi um fantástico escritor e seus livros são clássicos e eu diria até obrigatórios para os que trilham a senda da iluminação.
Segue abaixo algumas páginas de um livro maravilhoso chamado:
Encontros com o Insólito
INTRODUÇÃO
As importantes funções que exerço no seio de uma das mais poderosas
organizações tradicionais do mundo — a Ordem Rosacruz — A.M.O.R.C. — têm me
conduzido, com freqüência, para além das fronteiras do estranho, e, no momento
de escrever estes encontros com o insólito, o problema da escolha se me
apresenta da maneira mais penetrante. Mas não é minha intenção revelar aqui o
que é do domínio da experiência mística pessoal ou da realização oculta, dando
a este termo o sentido mais elevado e não a interpretação pejorativa que, com
razão, se veio a atribuir-lhe em conseqüência das declarações abusivas, ou
talvez enganadas, de pseudo-magos ou iniciados. Sem dúvida alguma, eu teria, nesse
domínio, muito a dizer, mas tal narrativa me levaria a divulgar aquilo que não
me pertence senão como conseqüência de minhas responsabilidades oficiais e, sob
esse aspecto, o silêncio vale mais que o risco real de misturar, sem prestar
atenção, o que é pessoal ao que não o é. Além disso, embora eu me dirija a
membros aceitos da Ordem Rosacruz — A.M.O.R.C, parece-me preferível reunir aqui
unicamente fatos que se situem nos limites do tempo e do espaço ou, para usar
de uma linguagem mais simples, no mundo em que vivemos. Em tudo o que se
apresenta neste momento em meu pensamento, uma escolha se imporá ainda, mas eu
estou convencido de que os encontros dos quais eu me decido hoje a vos falar
vos trarão um encorajamento pessoal no caminho que seguis conosco. Está aí,
creio, o que, acima de tudo, me leva a relatar estas experiências, das quais
devo dizer que, mesmo as pessoas que me são mais chegadas, nunca ouviram falar.
Para um místico não deve haver, no que respeita a fatos dessa natureza,
interlocutor privilegiado, e os laços de família, nesse caso nada representam.
Um místico permanece calado ou se, depois de refletir, ele fala, deve
dirigir-se a todos, e, se uma escolha é necessária no que se refere ao assunto,
a circunspecção já não o é, uma vez efetuada a escolha.
Tais como são os encontros escolhidos que vos apresento, são, apesar de
tudo, insólitos, e eu não escolhi levianamente este qualificativo. Na verdade,
eles saem do comum e mostram, de maneira evidente, que nosso mundo está longe
de ser como aparece ao observador pouco avisado. Uma nuvem de mistério o
envolve; entretanto, é nas cidades construídas pelo homem, às vezes no hall
barulhento de um grande hotel, como numa casa modesta ou no meio da confusão da
rua, que se dá o encontro previsto. O mistério no meio dos homens, o estranho
no coração de uma sociedade voltada unicamente para a satisfação de seus
apetites comuns! Certas narrativas
parecerão incríveis a outro que não vós, e talvez alguns de vós, no decorrer da
leitura, terão necessidade de parar alguns instantes e de murmurar para si
mesmos o nome do autor destas linhas, um autor que conhecem bem e há muito
tempo, antes de continuar na relação destes encontros, com a certeza de que se
trata de fatos e não de uma ficção. Mas que importa?! O essencial é que as
coisas sejam ditas e se elas são ditas é porque isso é agora permitido. Então,
que voem as palavras, as frases, a história, para aqueles que devem delas tirar
proveito e não efeitos de estilo — somente uma linguagem simples, quase falada:
a linguagem de um conto em que somente a verdade tem lugar, mesmo e talvez por
causa de sua inverossimilhança. (continua)
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