Seguidores

quarta-feira, 6 de junho de 2012



Cansado de buscar, em vão, a substância sob o véu das formas que ela assume,
e de chocar-se incessantemente contra a muralha das aparências formais, consciente
 de um enorme além, o menos místico dos pensadores quis, certo dia, sondar
 os arcanos do mundo extrasensível. Assim, subiu a montanha até o templo do
 mistério, chegando a seu limiar. Ora, as gerações anteriores a ele assediaram
 o santuário sem jamais descobrir nele uma única porta. Renunciando a esse
 sol interior que faz florir, nos vitrais, rosáceas de luz, não conservaram nada
 além do ofuscamento de sua miragem eterna. Os solicitadores degraus do
templo terminam no granito inóspito das muralhas. No frontão, acham-se
 gravadas duas palavras que provocam o calafrio das coisas desconhecidas: "SCIRE NEFAS". Um subterrâneo cuja chave está perdida abre-se em algum ponto do vale.
Costuma-se dizer que, no decorrer dos séculos, alguns raros audaciosos
souberam forçar o segredo do subterrâneo, onde se cortam inúmeras galerias
entrelaçadas: lá jaz o inexorável ministro de uma lei incontestável. O antigo
guardião dos mistérios, a Esfinge simbólica, ergue-se sobre o umbral e propõe
 o enigma oculto:
"Treme, Filho da Terra, se tuas mãos não são brancas diante do Senhor!
Iod-Heve aconselha apenas aos seus. Ele próprio conduz o adepto pela mão
até o tabernáculo de sua glória. O temerário profano, porém, afasta-se
infalivelmente e encontra a morte nas trevas do bárathro. Que aguardas?
Recuar é impossível. Deves escolher teu caminho pelo labirinto.
Cabe-te decifrar ou morrer...

Nenhum comentário:

Postar um comentário