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terça-feira, 12 de junho de 2012


ENCONTROS COM O INSÓLITO (Raymond Bernard)

(CONTINUAÇÃO)

COMO APRESENTAÇÃO

 

A tradição nunca deixou de constatar um governo oculto do mundo, e a esse governo muitos nomes foram dados no decorrer dos tempos, assim como muitas sedes. No século passado, Saint-Yves d'Alveydre, talvez pela primeira vez de maneira tão explícita e precisa, a isso se referiu pormenorizadamente. Sua obra nascia no momento oportuno, e depois soube de fonte mais autorizada que, efetivamente, como ele mesmo relata, recebera instruções precisas para publicar essas revelações. A utilização abusiva de algumas informações esparsas mas fundamentadas, por certos aventureiros do oculto, mais preocupados com sua popularidade ou com seu sucesso financeiro do que com a verdade, fazia necessária uma explicação. Havia ainda aqueles que, não compreendendo coisa alguma, mas persuadidos de sua iluminação ou das revelações que lhes eram transmitidas, segundo eles, do Alto ou de tal ou qual mestre ou guia, forjavam estranhas teorias que, como é freqüente, exerciam uma atração incrível mas real sobre certos pesquisadores perdidos, sempre em busca de uma impossível novidade, na areia movediça do maravilhoso descontrolado. Logo, era necessário restabelecer a verdade, ao menos parcialmente, e foi assim que Saint-Yves d'Alveydre levantou uma ponta do véu sobre Agartha, tal como Agartha se apresentava no momento em que ele escreveu sua obra, e tal como, naquele momento, era constituída e conduzia suas atividades. Da mesma forma, vinha-se a saber de outras fontes seguras que a sede desse governo oculto do mundo era naquela época situada no deserto de Gobi. E ficou-se por aí.

Há fatos verídicos do passado que, como tudo em nosso mundo, estão em perpétuo movimento e transformação. Os fatos evoluem e seu conteúdo muda. O que, algumas décadas atrás, era verdade, está hoje ultrapassado. Todos aqueles que, atualmente, se interessam por essas questões particulares atribuem às informações de Saint-Yves d'Alveydre o mesmo crédito que antigamente e, sem refletir, admitem implicitamente que nada mudou desde então. Sei que sou o primeiro a fazer sobre este assunto novas revelações e tenho consciência da importância da responsabilidade que assumo neste caso, mas é claro que, como Saint-Yves d'Alveydre, jamais eu me teria aventurado em tais revelações sem permissão. Direi, portanto, claramente, que o governo oculto do mundo (sobre o qual tornarei a falar um pouco depois com detalhes, a propósito de um dos meus encontros insólitos) já não é, de modo algum, o que era trinta anos atrás. Além disso, já não se situa no deserto de Gobi. Sob todos os pontos de vista, como veremos, são levadas em consideração as condições do mundo moderno e sempre foi assim, numa progressão lenta, por um ajustamento constante às novas condições. Mas creio chegado o momento de relatar um primeiro encontro insólito.

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