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terça-feira, 12 de junho de 2012

As sociedades Secretas


Como sabem, eu lancei um livro algum tempo atrás, e nesse livro, entre outros assuntos,  eu narro as minhas experiências nas diversas iniciações que realizei em todos eses anos de estudo.
Estou divulgando uma delas:

Capítulo 8 – A Primeira Sociedade Secreta


Limpei a garganta e comecei.

 Eu me lembro bem daquela época.... meu sonho era trabalhar com gravações, com a área técnica de shows dos grandes astros do rock, já que ser músico era bem mais difícil, ainda mais no Brasil.

Naqueles tempos, existia uma revista chamada “Pop”, dirigida ao público jovem. Eu era leitor assíduo da revista e em um de seus números houve uma reportagem com um famoso técnico de som onde ele dizia que, um bom início para esta carreira era fazer um curso técnico de eletrônica.

Foi o suficiente. Como, coincidentemente eu havia terminado os estudos do 1º grau, me matriculei num curso de técnico de eletrônica. Eu tinha 17 anos nessa época.

Neste colégio, conheci muitas pessoas interessantes, e entre eles havia um que tinha um amigo meio “esquisito” chamado H.. Com o tempo, acabei fazendo amizade também com ele, e em nossas conversas ele citou que seu pai estudava em uma fraternidade e que ele o viu fazendo algumas coisas bem estranhas uma das quais era “entrar no espelho”, pelo menos foi assim que ele interpretou na época o que havia visto (sem o conhecimento do Pai). Disse que seu pai estava sentado de frente para um espelho e utilizando outro menor, realizou a façanha!

Dá para imaginar o que essa narrativa causou na minha imaginação! Fiquei fascinado pelo assunto. Então, o H. me emprestou alguns livros sobre misticismo e ocultismo. Minha mente viajava junto com a narrativa do autor.

 Devorei os livros em poucos dias e emprestei outros mais. A busca e compreensão do desconhecido, do mundo espiritual que estava me cativando.

Assim eu queria muito aprender cada vez mais os assuntos Ocultos e Místicos. Como o H. havia dito que seu Pai frequentava uma dessas organizações, procurei mais informações com ele. Muito insisti e ele acabou conseguindo tais informações e entrei em contato com minha primeira Ordem Iniciática.

A única informação que eu consegui foi que a Organização ficava em certa rua no centro de São Paulo, Brasil, e tinha uma “maçaneta triangular” na porta! Muito fácil de localizar não é?

Eu praticamente desconhecia o centro de São Paulo naquela época e não tinha a mínima ideia de onde essa rua ficava. Mas, continuei tentando. Com ajuda de uma amiga do colégio, a B., tomamos coragem e “cabulando” aula, lá fomos nós para o “centrão” da cidade à noite.

Pegamos um ônibus que dizia passar na rua que queríamos e descemos no final dela. Lembro-me que fiquei horrorizado e a B. ficou petrificada. Era um lugar muito feio e escuro, com pessoas, na nossa concepção da época, mal encaradas e assustadoras. Mas, como já estávamos lá, prosseguimos com a nossa missão. Subimos vagarosamente a rua inteira, e como não sabíamos o número, precisamos verificar em ambos os lados procurando a bendita “maçaneta triangular”. Esta rua não é pequena e com minha costumeira sorte, o local ficava no fim dela, mas do outro lado, não do que estávamos. Assim, subimos a rua inteira verificando todas as portas para ver a tal maçaneta. Nessa rua a maioria das casas era para fins comerciais e existiam também muitos prédios antigos.

Finalmente, chegamos ao final da rua em um aclive e nada... Não tínhamos achado! Ficamos cabisbaixos e desanimados, pois como esta era a única pista que tínhamos, parecia que nossa busca havia chegado ao fim sem sucesso. Pensei até que a informação estava errada e que estávamos andando por ali à toa. (Vale lembrar que naquela época não tínhamos as ferramentas que temos hoje como a Internet. Hoje basta clicar em qualquer site de busca que retornará uma quantidade enorme de informações). Mas, por um instinto que na época eu não sabia como funcionava, pedi para verificar uma porta próxima de onde estávamos que ficava um pouco recuada e provavelmente deve ter passado despercebida. Fomos averiguar e lá estava... a tal Maçaneta Triangular com uma pequena placa encima com o nome da Organização. Para nós foi como se houvéssemos encontrado o “Santo Graal”! Fizemos a maior festa ali mesmo no meio da rua. Algumas pessoas que passavam olharam para nós desconfiados.

 Bem, depois da alegria, veio a realidade! E agora? O que vamos fazer?

Somente naquela hora é que percebemos exatamente o que estávamos fazendo. Estávamos prestes a entrar em um local, sem qualquer tipo de convite, sem saber o que nos esperava, e tendo uma informação muitíssimo vaga do que se tratava! Afinal, uma pessoa “entrar no espelho” não é exatamente algo muito comum não é? O que mais se aprendia ali? Quem frequentava esse local? Seria perigoso? O que poderiam exigir de nós? E se fosse tão secreto que corríamos o risco de algum tipo de punição? E se simplesmente não fosse o lugar que estávamos procurando e poderíamos até ser acusados de invasão?

 Tudo isso passou por nossas cabeças e conversamos muito a respeito antes de tomar qualquer decisão.

 Enfim, a curiosidade juvenil e o desejo de conhecimento ganharam e decidiram seguir em frente.

Ok, vamos entrar. Mas, quem irá à frente? Ficou aquele jogo de empurra... vai você, não as damas primeiro... no final, como cavalheiro que sou e é claro, querendo impressionar a garota, me enchi de coragem para abrir a porta. Quando toquei na maçaneta, minha imaginação se pôs a trabalhar e já senti algum tipo de energia emanando da mesma... mas a única energia lá era a minha mão tremendo.

Com muita relutância, consegui abrir a porta, que não sei por que, estava tremendamente pesada e difícil de abrir... evidentemente, a minha imaginação estava se divertindo novamente.

 Quando a porta se abriu, (depois de todos os fantasmas e assombrações passarem por nós fazendo um vento danado, é claro, isso apenas na minha cabeça) conseguimos enxergar o que nos aguardava. Uma simples escada!

Confesso que foi um tanto decepcionante, pois esperávamos algo muito mais emocionante. Novamente começou a disputa: quem sobe a escada primeiro? Era daquelas escadas de prédios antigos, que fazem um “L” e não dá para ver o que ou quem está no final dela.

Novamente, eu fui incumbido da tarefa e com a B. grudada em minhas costas, começamos a difícil escalada. Subíamos muito lentamente, degrau por degrau. Eu podia sentir a respiração ofegante dela no meu pescoço e imagino que eu estava do mesmo jeito. Chegamos á curva da escada e nossa imaginação já estava a mil e ouvíamos todo tipo de ruídos estranhos, todo tipo de aromas exóticos e um clima diferente. Neste ponto, havia um quadro na parede de frente para quem subia os degraus com o seguinte teor:

Sei que há somente um Deus Vivente, Verdadeiro e Infinito, Criador e Mantenedor de todas as coisas visíveis e invisíveis, cuja Essência está difundida em todo Universo e cuja Mente e Consciência constituem a Alma do Homem.

 Quando lemos essas freses, ficamos bem mais confiantes, pois iam em direção do que realmente estávamos procurando. Assim, um pouco mais tranquilos, ou menos nervosos terminamos de subir as escadas e demos de cara com um ambiente bem diferente do que esperávamos. Era uma grande sala, muito limpa e arrumada, com o aroma suave de incenso de rosas no ar, algumas pessoas estavam sentadas em fileiras de bancos colocados juntos à parede à nossa esquerda, do lado direito de quem sobe, existia um pequeno auditório e à nossa direita, uma pequena mesa e um sorridente senhor sentado atrás dela olhando para nós.

 - Pois não disse ele. Em que posso ajudá-los?

Com a tranquilidade e harmonia do local, consegui falar com esse simpático senhor que mais tarde fiquei sabendo chamar-se R. e não era tão velho como aparentou no primeiro momento.

 - Nós queremos maiores informações sobre a Organização, disse, ou melhor, gaguejei eu.

 Ele então começou a nos explicar:

 - A Ordem “R”. é uma fraternidade internacional, de caráter cultural, fraternal, não sectário e não dogmático, de homens e mulheres dedicados ao estudo e aplicação prática das leis naturais que regem o universo e a vida. Seu objetivo é promover a evolução da humanidade através do desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo e propiciar uma vida mais harmoniosa para alcançar saúde, felicidade e paz. Para esse objetivo, a Organização oferece um sistema eficaz e comprovado de instrução e orientação para um profundo autoconhecimento e a compreensão dos processos que determinam a mais alta realização humana. Essa profunda e prática sabedoria, cuidadosamente preservada e desenvolvida pelas Escolas de Mistérios esotéricos, está a disposição de toda pessoa sincera, de mente aberta e motivação positiva e construtiva.

 Essas escolas de mistério foram criadas no Egito antigo que tinha atingido um elevado grau de desenvolvimento cultural e espiritual e assim, para que esse desenvolvimento não se perdesse e fosse transmitido apenas àqueles que tivessem merecimento, foram criadas classes de estudos privadas, onde os sacerdotes ensinariam as grandes verdades do universo a seus discípulos. Para a grande massa da população, ficariam apenas os dogmas religiosos da época.

- Mas quais são as instruções que a fraternidade oferece?

  - Os ensinamentos são divididos em Graus. Cada grau tem uma iniciação e um número específico de lições para serem estudadas. De forma bem geral, nossos ensinamentos são:

Consciência objetiva e cósmica, cérebro, mente, simbolismo místico, significado dos números, experimentos para desenvolver a consciência psíquica, ego, elevação do Eu psíquico, dons cósmicos, segredos orientais, desenvolvimento da aura, mistérios da alquimia, projeção de vibrações mentais, magnetismo, centros psíquicos do corpo humano, princípios ocultos a respeito da natureza da matéria e sua manifestação, leis da vibração, diferença entre matéria animada e inanimada, a mente do homem e suas faculdades, relação da mente para com a consciência cósmica, exercícios para intensificação da vitalidade e poder do corpo psíquico com sua consciência psíquica, revelações a respeito da relação do Homem para com Deus e as mais sublimes forças do Cósmico, entre outras coisas.

  - Caramba, disse eu fascinado. Quando coisa. E qual é o tempo necessário para se completar os estudos?

  - Isso não pode ser estimado, uma vez que cada um possui seu próprio desenvolvimento e o nosso tempo aqui na terra nem sempre é suficiente para aprendermos corretamente todas essas coisas.

  - Onde posso obter mais informações a respeito da Organização?

 Ele me entregou então um folheto que explicava como obter uma publicação que possuía maiores explicações e o formulário para se solicitar a filiação.

Então ele nos perguntou se queríamos olhar um pouco mais o local, ao que respondemos afirmativamente. Seguimos o corredor e ao lado direito ficavam algumas salas com pequenas placas na porta, indicando a que se referiam. Passando as salas, no mesmo lado esquerdo, já no final do salão, havia outro local maior que tinha uma placa escrita! “Suprimentos”. Eu olhei para ver o que tinha lá e vi muitos livros, incensos e uma coleção de coisas extraordinárias que eu não tinha a menor ideia para que serviam. Em minha imaginação pensei ver todo tipo de coisa misteriosa, poções mágicas, varinhas, mantos etc... Só com o passar do tempo verifiquei que nada disso existia. Eram suprimentos comuns utilizados nos estudos, livros sobre misticismo e esoterismo, algumas bijuterias com referência à organização, etc.

Em frente a essa sala, havia outra sala, mas não pudemos entrar lá;

Terminado o “tour” nós agradecemos e fomos embora.

No caminho para casa eu estava tremendamente excitado, pois aquelas revelações preliminares atingiram minha mente como um raio e eu estava ansioso para poder começar os estudos.

Logo no dia seguinte, eu preenchi o folheto, enviei para o local indicado e fiquei aguardando. Passado alguns dias, chegou a publicação e junto dela o formulário. Li e reli a publicação diversas vezes. Preenchi o formulário rapidamente e enviei.

Passou um tempo muito grande para minha ansiedade. Ficava aguardando a chegada do carteiro e cada vez que ele passava direto pela minha casa eu o xingava como se ele tivesse alguma culpa pela demora.

Até que um dia chegou uma simples carta da fraternidade. Fiquei assustado, pois na publicação dizia que chegaria um grande envelope, não um carta. Eu a abri com apreensão e quando li fiquei um pouco mais tranquilo. Ocorre que naquela época menores de 18 anos podiam entrar diretamente para a fraternidade, porém deveria acompanhar o pedido de filiação a autorização dos Pais ou responsáveis legais. Tudo bem, falei com meus pais, consegui a autorização e enviei para a ordem.

 Outro tempo grande se passou, mas finalmente chegou a confirmação de minha solicitação juntamente com o cartão de filiação. Fiquei em êxtase! Era oficialmente um estudante de ocultismo.

Abri o envelope com cuidado, com uma espécie de devoção exagerada. Lembrem-se, eu tinha apenas 17 anos. Estudei tanto as lições que cheguei quase a decorar cada parágrafo! Lia e relia, procurava no dicionário as palavras que não estava habituado com receio de mudar o sentido da frase. Fiquei fascinado!

 Comecei com os estudos em casa, mas eu queria muito começar a frequentar as reuniões em um Templo verdadeiro e isso deixava minha imaginação a mil. Porém, não sabia como fazer para frequentar os estudos no Templo. Não sabia onde eles estavam!

Por fim, acabei conhecendo um “amigo de um amigo” que coincidentemente também era estudante, o JL, cujo apelido era “T”. Foi com ele que soube que poderia frequentar uma Loja (é assim que é chamado o lugar das reuniões) e participar dos rituais.

 A Loja era aquela mesma onde fui buscar informações.

 Encontrei-me com o T. e fomos para a Loja. A mesma maçaneta, a mesma escada, a mesma recepção, mas desta vez eu pude ir a outros lugares.

 Como disse antes, existia um pequeno auditório, uma secretaria, algumas salas, uma pequena copa onde se servia o famoso “chá com cravo e canela”, e no final do corredor, à esquerda ficava o Templo da Loja, em cuja porta havia uma placa com a palavra “HARMONIA” escrita, local este que da outra vez que estiva lá desconhecia por completo.  Aliás, fiquei bastante espantado quando fui informado de que ali havia um Templo.

 Fui muito bem recebido e me deram as primeiras instruções de como assistir à reunião.

Em uma sala separada, um instrutor recebia todos os visitantes e explicava algumas coisas. Eu aprendi que existe uma forma específica para se adentrar ao Templo, também aprendi que existe uma forma correta de se andar dentro dele, e também uma forma específica para deixa-lo.

Em minha lapela foi fixada uma pequena rosa vermelha feita de tecido com uma haste, feita com arame também envolvida em tecido, mas verde. Essa era a forma tradicional para se identificar os visitantes da Loja.

 Hoje, já passados muitos anos, ainda tenho essa rosa muito bem guardada. (Hoje em dia esse procedimento não é mais utilizado) e só se pode frequentar o Templo após um período preparatório.

 Como éramos visitantes, podíamos tomar lugar à frente na fila de entrada. Lá fiquei um tanto nervoso, pois não tinha a menor ideia do que me esperava atrás daquela porta. Passado alguns minutos, ouvi o som de um gongo! O pulo que dei deve ter causado muitas risadas reprimidas dos outros integrantes da fila. Foi um susto enorme. Estava tudo em silêncio e de repente aquele som metálico e melodioso se fez ouvir. Eu que já estava muito tenso, quase cai de costas.

Após o gongo soar a porta se abriu e surgiu uma figura imponente, vestida com uma túnica amarela que ia do pescoço até os pés, com um semblante muito sério e compenetrado em sua função. Com uma voz de trovão (pelo menos soou assim para mim) disse algumas palavras que eu não consegui ouvir, tamanha era a minha fascinação. Fiquei ali parado olhando para ele e tentando olhar para aquele ambiente escuro que eu teria que entrar.

Alguém me falou que eu devia andar e mostrar as minhas credencias para aquela figura fascinante parada em frente à porta do Templo. E foi o que fiz. Aproximei-me da porta e entreguei minhas credenciais para serem verificadas. A figura, que mais tarde soube que era um Guarda examinou atentamente a documentação e me disse que poderia passar. Assim que cruzei a porta, deparei com um ambiente escuro, ou melhor, com uma iluminação muito suave e calmante, mas ainda não o suficiente para conter a minha ansiedade.

 Conforme eu havia sido instruído, me ofereceram uma espécie de avental para colocar, mas eu não lembrava como deveria fazê-lo. Fiquei segurando aquilo até que, com muita presteza e agilidade, alguém me acudiu e colocou o avental em torno da minha cintura e eu pude prosseguir. Vi então, que ainda não estava no Templo. Existia uma antessala entre a porta e a entrada do Templo propriamente dito.

Quando cheguei à porta de ligação da antessala com o Templo, finalmente pude visualiza-lo. Fiquei boquiaberto e petrificado no lugar onde estava. A primeira coisa que vi, foi outra figura em pé, parada de frente para quem entra. Essa figura usava o mesmo traje da anterior. Vi também que havia bancos laterais, o mesmo tipo de iluminação da entrada e tocava uma bela música suave. Na hora, essa figura que estava há certa distância de mim e na obscuridade, me parecia muito alta e usava uma longa barba grisalha. Fez sinal para que eu me aproximasse e realizasse a entrada pela forma convencional utilizada em todas as Lojas do mundo.

 Respirei fundo e lá fui eu. Acho que até me saí bem, tendo em vista o meu estado emocional. Mas quando cheguei mais perto do oficial, notei para meu total espanto, que se tratava de uma mulher, jovem e loira! Como nossa imaginação trabalha com afinco quando estamos emocionalmente abalados!

Após realizar a entrada formal me indicam um lugar para que tomasse assento. Sentei-me e ficava cada vez mais fascinado com o ambiente em que estava. Olhava para todos os lados, sentia todos os aromas do lugar e caramba, como o ar parecia mais leve naquele ligar! Notei que as pessoas que entravam não estavam abobalhadas como eu, e que assim que se sentavam, fechavam seus olhos e entravam em um estado de meditação e paz. Eu tentei fazer o mesmo, mesmo, mas não consegui. A minha excitação era muito grande. Percebi também que o oficial que estava de frente para a entrada corrigia delicadamente se alguém não fizesse a entrada correta.

 Notei que quase exatamente no meio do Templo havia um tipo de altar triangular com três velas sobre ele. Em cada ponto cardeal havia pequenas estantes com símbolos que até então eu desconhecia. No local que simbolizava o Leste, havia uma estante maior e mais elevada que as outras, acima dela (o que vim saber depois), o símbolo maior da fraternidade. A decoração era toda em motivos egípcios. Em frente à estante do Leste, havia um tipo de urna da qual saia uma leve nuvem de fumaça.

As pessoas continuaram entrando até o último membro da fila. Quando a porta se fechou, soou novamente o gongo e tudo ficou em silêncio absoluto.

Fiquei na expectativa do que ocorreria na sequencia... o gongo soou novamente, mas de forma diferente e o guardião se descolou para outra porta que ficava quase ao lado de que entrei. Eu não havia notado que existia aquela porta até que foi aberta. Por ela entraram outros oficiais, vestindo túnicas de cores diferentes. Um a um eles adentraram no Templo. Também fizeram a entrada formal como todos os outros e foram aos seus respectivos lugares.

O gongo soou mais uma vez e alguém pediu que ficássemos em pé. Então aconteceu algo que me emocionou bastante. Adentrou ao Templo uma figura de aparência frágil, porém extremamente forte em simbolismo e presença. Ela fez um trabalho magnífico no Templo conforme um texto maravilhoso era lido por outro oficial. Ao término desse trabalho, luzes apareceram no Templo! Foi muito bonito. Quando ela chegou a seu lugar, o gongo soou diferente novamente e anunciaram que o Mestre tinha chegado. Vocês podem imaginar minha excitação... ia ver o Mestre em pessoa! Para mim naquela época, o Mestre seria uma pessoa iluminada, detentor de muitos poderes. Todos estavam em pé, e foi solicitado que fizéssemos um determinado sinal. Quando todos estavam na posição correta, a porta foi aberta pelo guarda e o Mestre entrou. Também fez a entrada formal, se dirigiu ao Leste e a cerimônia teve início.

Ela prosseguiu com muita harmonia e beleza. Evidentemente, não posso entrar em mais detalhes da cerimônia, uma vez que ela é reservada aos membros ativos e regulares da Ordem. Mas posso afirmar que tudo é feito tendo como objetivo o desenvolvimento individual de todos os membros, o estudo e o trabalho em prol da humanidade, sendo dedicado esforço e trabalho para enviar vibrações de paz, saúde e harmonia a todos os povos, a todos os necessitados, sem que ao menos eles saibam desse fato, mas certamente sentirão os efeitos.

 Quando tudo terminou, me sentia em paz com todo o universo, me sentia relaxado e tranquilo, como há muito tempo não sentia. Para sair do Templo, os visitantes eram os primeiro e ficavam na recepção para receber os cumprimentos e boas-vindas dos membros da Loja.

 Nessa época, no início dos estudos, ainda mais jovem como eu era a vontade que eu tinha era de convidar todos os amigos e parentes para participarem da Ordem. Só mais tarde aprendi que o que é muito bom para alguns, pode não o ser para outros, e que existem vários caminhos a se seguir.


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