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terça-feira, 3 de julho de 2012




Maçonaria e Esoterismo.



Nesses vários anos em que eu tenho a felicidade de pertencer à família maçônica, tenho notado que, apesar de que em várias instruções, tanto de Aprendizes, Companheiros e Mestres, seja mencionado que os ensinamentos esotéricos fazem parte de nossas tradições e mistérios, alguns Irmãos não gostam e até rejeitam esses ensinamentos.

De fato se aprende que “a Maçonaria, no século XVIII, restabeleceu dentro de nossas Lojas a tradição dos ensinamentos esotéricos ministrados nos santuários Egípcios e continua transmitindo-os aos seus iniciados ... por meios de símbolos e alegorias.”

Então, por que alguns Irmãos são tão resistentes a esses ensinamentos e tradições?

Não podemos crer em uma vida futura sem acreditarmos que existem mistérios que a ciência não consegue explicar. Para sermos livres, temos que ter a liberdade de poder investigar as profundezas da alma humana em busca daquilo que apenas no campo da metafísica pode ser estudado e vivenciado.

Sermos bons cidadãos, bons pais, bons filhos é uma obrigação pelo fato de sermos Maçons. A moral, os bons costumes, a fraternidade são importantíssimos, mas devemos ampliar nossos horizontes para a mente subjetiva do ser humano. Esse campo de estudos nos oferece uma gama enorme de possibilidades para podermos ajudar o próximo, para poder auxiliar no aprimoramento da humanidade de uma forma absolutamente discreta.

Em uma antiga iniciação egípcia era dito aos neófitos que embora a sinceridade do buscador ao procurar os portais da fraternidade para a iniciação fosse elogiável, ele devia estudar e tentar compreender os maiores mistérios da vida, que não são aqueles que chamam nossa atenção ou exigem afazeres de nossa parte, no curto período de nossa existência terrena. Explica ao candidato, que os maiores mistérios são os estranhos e aparentemente inexplicáveis fenômenos que ocorrem no começo e no fim desse período: a Vida, sua origem; a Morte, seu término. Quais mistérios são maiores que estes? Mas, os antigos egípcios diziam a seus candidatos que quando estivessem familiarizados com as leis que os regem, todos os outros mistérios seriam perfeitamente compreensíveis. E instruía a cada neófito que deveria aprender a verdade da palavra proferida pela sua própria consciência, para que o G.A.D.U. pudesse se manifestar à sua compreensão, e conduzi-los à retidão. O buscador então era colocado entre os símbolos da Vida e da Morte e ouvia de cada um deles, suas explicações maravilhosas sobre o correto proceder na vida, e como o estudo, a dedicação e a experimentação podem explicar quase todos os aparentes mistérios do mundo.

Nós sempre acabamos por perceber, algum dia, que existem algumas partes incompletas de nosso ser. Sentimos que falta algo em nossas vidas. Inevitavelmente aparecem as perguntas: o que sou eu? o que vim fazer aqui na terra? será que minha vida é satisfatória? qual o sentido da vida? por que alguns nascem ricos e outros pobres? por que alguns nascem sãos e outros doentes? a vida se resume apenas em nascer, se alimentar, procriar e morrer? afinal, nascemos, vivemos e morremos com qual propósito? A essas perguntas, só podemos tentar alguma explicação aceitável através do conhecimento, conhecimento que suplanta a dúvida e que gera a compreensão; conhecimento que nos livra da ignorância e do medo; conhecimento que ilumina as trevas com os maravilhosos raios da luz do sol; conhecimento que elimina a ignorância e a superstição.

Em uma frase podemos dizer que o esoterismo é “um meio pelo qual podemos adquirir uma íntima consciência ou compreensão da causa primeira de todas as coisas, ou seja, o G.A.D.U.

Quem estuda o misticismo sabe que a mente interior do homem está sempre em harmonia com sua fonte original infinita e desta fonte inesgotável de sabedoria podemos buscar o conhecimento que tanto almejamos.

O místico sabe que em seu interior existe um Mestre pronto para ensiná-lo, pronto para instruí-lo no correto viver, para indicar-lhe o caminho certo quando chegar a uma encruzilhada na sua vida. Infelizmente, este Mestre interior está quase sempre aprisionado em nós, e nunca lhe damos ouvidos, embora ele esteja sempre nos falando e orientando. Precisamos libertar este ser magnífico para que nossas vidas sejam plenas e úteis, para sermos verdadeiros servos do G.A.D.U.

E como se consegue isto? Apenas é necessário estudo e aplicação. Está tudo lá, em nossos ensinamentos maçônicos, seja de uma forma clara ou velada. Então, meus Irmãos, nos devemos não apenas ler as lições, mas sim estudá-las atentamente e conseguir ler também aquilo que está nas “entrelinhas”, estudar tantas vezes quanto forem necessárias até conseguirmos extrair todo o conhecimento e beleza que lá está a nosso dispor, basta termos vontade para podermos nos apossar deles.

A minha intenção neste ensaio, foi a de tentar trazer os Irmãos à reflexão; e para aqueles que não gostam, que tentem dar uma chance aos estudos esotéricos.

Que o GADU a todos ilumine e guarde.

JCBoscolo - MI - 33

Um comentário:

  1. Muito bom post, todos os Obreiros deveriam ler para entender melhor o que de fato praticamos em nossas Lojas !!!

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