O Martinismo
“O Martinismo visa
colocar o homem novamente na senda da reintegração e da regeneração, sem
qualquer outro objetivo.
Mas, devemos dizer
alguma coisa a respeito de como o Martinismo veio a existir. Seus fundamentos
são os que foram promulgados por Martinez Pasquales, por volta da metade do
século dezoito; seu nome, porém, é uma homenagem ao discípulo de Pasquales,
Louis Claude de Saint-Martin.
Martinez Pasquales
Os pontos
fundamentais dos ensinamentos de Pasquales foram de início transmitidos
oralmente aos grupos que ele organizou e instruiu. Esses grupos eram compostos
principalmente de Maçons. A Maçonaria estava numa fase de transição e a
experiência de certo modo causou confusão. Havia um conflito entre as antigas
tradições do esoterismo e as ideias mais novas do fraternalismo liberal.
Pasquales, Cagliostro e o Conde de Saint-Germain faziam sentir sua influência
entre os Maçons no campo do misticismo genuíno da tradição mais antiga.
Se os ensinamentos de
Pasquales tivessem sido plenamente aceitos e desenvolvidos, todo o caráter da
França poderia ter se tornado diferente. Do modo como as coisas aconteceram,
Pasquales foi prematuramente afastado de seu trabalho pela transição e não
havia entre seus sucessores ninguém capacitado para efetuar a trasmutação.
Somente Jean Baptiste
Willermoz e Luiz Claude de Saint-Martin tinham esperança de perpetuar a obra
iniciada por Pasquales. Seus pontos de vista a respeito do que seu mestre havia
tentado realizar eram muito diferentes. Quase que imediatamente eles começaram
a trabalhar em campos opostos. Willermoz trabalhou no sentido de adaptar os
ideais de Pasquales ao padrão da Maçonaria, limitando sua atividade totalmente
a homens. Saint-Martin, por seu lado, não estava interessado em perpetuar
práticas teúrgicas (de magia) e recusou-se a negar o que havia aprendido a
qualquer pessoa cuja preparação espiritual fosse evidente.
Em 1891, quando os
iniciados remanescentes se propuseram perpetuar e reviver a forma da obra de
Pasquales, pouco restava de verdadeiro, além da chama espiritual que brilhava
nas palavras de Saint-Martin. O espírito propulsor dos Martinistas de 1891 foi
o Dr. Gérard Encausse, mais conhecido pelo nome de Papus. A ele se deve em
grande parte a reconstituição do Martinismo e o planejamento de seu curso de
estudos. Como ele pertencia a um grupo de esoteristas independentes, muitas ideias
de natureza útil e prática foram indubitavelmente incluídas nos ensinamentos.
Dr. Gérard Encausse (Papus)
Nos dias de hoje,
portanto, a Ordem reconstituída deve tanto a Papus quanto a Pasquales ou
Saint-Martin. Ela foi totalmente simplificada, restando apenas os rituais mais
simples, e só se dirige àqueles que são capazes de abraçar e nutrir ideias e
princípios místicos da mais sublime qualidade. Muitos podem ser os chamados à
sua mesa, mas só serão escolhidos para participar de seus manjares espirituais aqueles
que forem suficientemente evoluídos para lhes dar o devido valor.”
Particularmente, eu achei uma grande pena Saint-Martin
não ter perpetuado as práticas teúrgicas para o Martinismo moderno. Esse
trabalho prático, em minha opinião, é essencial para o desenvolvimento
espiritual do Homem, principalmente no mundo extremamente materialista que
vivemos hoje.
Vou mais além, pelos meus contatos com vários
estudantes de misticismo, eles dizem não se interessarem muito pelo Martinismo,
como é praticado pela TOM, justamente pela falta do trabalho de magia.
Obviamente, os ensinamentos e os rituais da
TOM são maravilhosos, mas se houvesse a parte prática, seriam ainda melhores.
(Obs. Como foi muito bem lembrado pelo Ir. Marcelo, a não não inclusão de trabalhos Teúgicos ocorre na TOM. Existem outras organizações Marinistas que a praticam regularmente)
Os estudos Martinistas são divididos em três
graus de trabalho e mais um, de iniciador. São eles:
1.
Associado
2.
Místico
3.
Superior